Outrora, há pouco tempo
sentia o seu hálito.
Era uma matéria próxima
e agora nada se sente nem compreende
suspendido o movimento comum.
Como dói a perda
e como, mesmo reabastecido
se esgota e esvai
o mantimento do amor comum.
Não se sabe o que se perde
o que para sempre se perdeu.
É esse o momento em que tudo é irreversível.
E logo não.
Algo o acorda no fundo da noite.
Algo o arranca com garras próprias.
Diz
soletra as palavras. De que são feitas?
Escolhe o abecedário.
Escolhe qual. Qual é que serve?
Já sente e nomeia, mas ainda
não compreende o amor que existe
outra vez possível.